Wednesday, November 30, 2011

Cabelo branco

Hoje percebi que muitos fios brancos apareceram no meu cabelo no ultimo mês e me peguei tentando arrancá-los. Daí me lembrei, de como comemorei a chegada do primeiro, de como ele simbolizou uma passagem. Quando meu primeiro fio prateado nasceu, me senti mais mulher, menos criança.
Acho que temos medo dos fios brancos por quê eles nos aproximam da velhice, e a velhice nos aproxima da morte, logo tememos o fim da cor como tememos o fim da juventude e da vida.
Daí pensei noutra coisa: a concepção espirita de que viemos para essa vida para aprender. Então, de certo modo, quando morremos e partimos, é por quê aprendemos alguma coisa.
Os últimos meses foram de muita transformação para mim. Transformação baseada em muitos altos e baixos, em desafios e em um bocado de dor e prazer, poucos meio termos e muita intensidade.
Acho que por isso os fios brancos nasceram todos de uma vez.
Então pensei: cada cabelo prateado, significa que envelheci mais, logo que estou mais perto da morte. Então, se eu preciso aprender para morrer, será que, cada fio branco que nasce é uma coisa importante que aprendi?
Gosto de acreditar que sim. Penso, sempre que corto o cabelo, nas coisas que vivi enquanto cada fio desses me acompanhava. Brinco dizendo que eles vão crescendo e medindo o que a gente vive, como aqueles gráficos em papel dos eletrocardiogramas registram as batidas do coração.
E sabem, nesses meses tenho vivido e parendido muito, mudado muito. Me vejo mais mulher,mais eu, mais velha até.
Não diria mais feliz, mas não troco o que sou agora pela felicidade de ontem, e assim, não troco nem um dos meus pratiadinhos pelos fios pretinhos de outros dias.

Thursday, November 24, 2011

Não sou uma mulher de paz

Querido me desculpe
não sou uma mulher de paz...
Meu melhor ainda é confuso e turvo
como o espelho de cristal da minha avó

E foi-se o tempo em que
Eu negava o que eu podia ser
E cansei de ouvir
-Boa garota, gosto de você
Veja bem, meu bem,
Essa vida não é mais pra mim

Sigo consciente do que eu faço
A cada passo em falso
mais eu me acho...
Está sabendo que agora eu sou uma mulher?
Que sabe muito bem o que quer?
Veja bem, meu bem,
Essa vida pode ser pra mim.

Vivi no abrigo do teu abraço
-"Se você for!
Eu me desfaço!"
Cansei meu bem,
Essa vida não é mais pra mim

Se você pedir eu sei
que vou querer voltar
Mas só volto se tiver
a chance de te magoar!

Eu sei que a vingança é um prato frio
E que gente assim
carrega um coração vazio
Pense bem meu bem!
Assim vai ser muito melhor pra mim

Vivi no abrigo do teu abraço
-"Se você for!
Eu me desfaço!"
Cansei meu bem,
Essa vida não é mais pra mim

Friday, November 11, 2011

canta

Canta, mas canta errado, que é pra esse canto ser só teu
canta de um jeito torto, emocionado, embargado como um adeus
Canta assim só do teu modo, que assim cada canção vai ser tua maravilha
e assim, na surpresa de cada nota sua alegria

Canta que é pro dia começar mais leve
E pra fome acabar em breve
Canta as canções do mar e de poesia
Conta histórias velhas de outro dia

E que a melodia hoje seja tua prece
para que assim, cada hora não se apresse, e toda dor cesse
Deixe a música entrar no ar que você respira e dizer
Que cada cantar é um sonhar, um bem querer

Tuesday, November 08, 2011

O sol

Vem ver acordar de manhã o novo sol
E com ele a luz dos novos desejos
Ah... deixa brilhar no mar a luz dos olhos...
Deixa tingir a cor dos nossos beijos...

E quando a manhã voltar no novo dia
Deixa esse sol brilhar, ser nosso guia!
Acordar ao teu lado e no teu sorriso ver
Que a mesma luz, igual, nasce entre mim e você