Saturday, June 30, 2012

Raiz

Abri meus olhos. E vi muitas coisas. Eu tenho um guia eu sei, sempre esteve comigo, e estou prestes a conhecê-lo, a vê-lo como estou vendo todas essas outras coisas. Tenho um guia por quê essa é a única forma que tinha de passar por tudo que passei e vi sem pirar, sem morrer, ou sem ficar doente ao ponto de não ver.
É essa força que tenho em mim, e que eu não sei de onde vem.
Eu tenho medo, sempre tive, e foi o medo que não me deixou ser o que sou. Não me deixou ser maior que isso, que esse contexto onde eu vivo. Pode ser adolescente dizer isso, mas sempre pensei que não pertenço a isso aqui, a esse lugar, a essas pessoas e ao modo como elas me veêm. Me sinto como uma semente plantada na terra errada e na época errada. Nessa terra não vou florescer. eu nasci dela, mas foi um vento ou um passarinho que me trouxe. Eu não pertenço a esse lugar. Meu medo é de não pertencer a lugar nenhum. Talvez eu seja filha do vento, filha do fluxo, das ondas, das marés.
Talvez eu não tenha raízes.
Eu não tenha lugar.
Eu não gosto disso.
Sei que esse é um exercício pleno da liberdade, já que ela é uma terra sem caminhos.
Mas essa ideia de não pertencimento muito me assusta, muito me dói. Eu quero pertencer a algum lugar, eu quero estar para ser.