Monday, May 28, 2007

Havia um tempo -que não há mais-
onde as coisas não faziam mais sentido na minha cabeça
Onde as crenças todas tão inúteis pareceram
E o fogo que haje sobre o fazer das coisas
era brando e constante
firmado na certeza de apenas existir.


E esse tempo- que havia, e não há mais-
esteve em mim completo
-dissabor, desastre, perturbação, desespero, displiscencia, auto-mutilação...
passou
restou o que sobrou

Mas agora- o que há, e haverá mais-
é a certeza de que o que sobrou é pouco
eu sou mais, eu tenho mais
isso, por que você chegou.




e dane-se a beira do abismo, eu quero aprender a voar

Thursday, May 17, 2007

Ponto de vista comum



Usava óculos desde os sete anos de idade, andava olhando para o chão por que conseguia definir as pedras sob os pés, as texturas do chão, as linhas dos dedos...

Um dia encontrou alguém que andava de cabeça erguida olhando para frente, vendo bem longe.

Quando tiraram suas lentes descobriram que apesar dessa diferença havia uma pequena distância onde ambos conseguiam ver com clareza com os próprios olhos, a vista nua e autêntica.

Foi onde se encontraram.
No ponto de vista comum.

Thursday, May 03, 2007

bla

Estou na beira do abismo e olho para baixo.
Há um mundo infinito aos meus pés e acima da minha cabeça.
Se cheguei até aqui foi com meu próprio esforço, com meus próprios pés.

Olho para trás e vejo a estrada que percorri,
trouxe muitas coisas desse caminho e ainda carrego sua poeira nos meus pés.
Eles doem.
Mas é por isso q estou aqui descansando.

Há uma estrada que dá a volta no abismo
Ela tem seus percausos, mas é tranquila e segura.
Seguindo por ela eu tenho quem me acompanhe, quem segure minha mão.
Mas continuo carregando todo o peso de antes.

Por mais que esse seja um bom caminho eu me pego aqui diante do abismo
Com uma imensa vontade de pular
De largar o peso e aprender como os pássaros a voar
E tocar o infinito do céu e o topo da montanha

E correr o risco de ter as asas não formadas
E cair directo para o infinito
Purificar o corpo nas águas do rio que corre no fundo do abismo
Lavado de tudo, lavado da poeira da estrada