Monday, January 26, 2009

Como tratar um ilustrador com carinho

Como tratar um ilustrador com carinho
Primeiro: O ilustrador ilustra, isso é óbvio.



Mas outra função do ilustrador é resolver problemas. Além de ilustrar,
ele também é pago para pensar.

Assim, quando um anúncio é criado e um ilustrador é chamado para fazer
o trabalho, seria mais do que normal haver uma conversa entre ambas as
partes, explicar a situação e deixar na mão do ilustrador resolver o
pepino da melhor maneira possível.

Então se o ilustrador disser que existe uma maneira melhor de fazer o
que o diretor de arte pede, escute o homem! Ele trabalha com isso
todos os dias e pode dizer o que funciona ou não. Sem medo de machucar
o ego alheio, pode questionar isso. Faz parte do serviço de um bom
ilustrador. Senão o diretor de arte pode achar uma bosta e botar a
culpa na ilustração.




Segundo: Ilustrador não é máquina pra produzir material em série.
Apesar de todos os esforços da Apple e da Adobe, a ilustração ainda é
um produto artesanal. Então se o cliente pede 10 ilustrações, deve-se
pagar 10 ilustrações, e não 9, como os produtos da Polishop.

erceiro: Ilustrador não é diretor de arte. Ele pode até ser, mas
quando você contrata o ilustrador é para ele ilustrar. A agência tem
um diretor de arte para fazer - pasmem - direção de arte.
Então nem venham com referências de Image Bank e xerox de páginas de
livros de ilustração sem entregar um layout ou pelo menos um rafe ante
de fazer um trabalho. Referência não é layout.
Ilustradores ainda não sabem ler a mente. Passem informações claras purr favor.



Quarto: Evitem a péssima prática de mostrarem um tipo de ilustração
para fazer o orçamento e quando aprovado ele mudar radicalmente porque
"esqueceram" alguns detalhes que não eram pertinentes antes. O que era
um desenho de um porquinho sozinho não pode se transformar depois num
porquinho dentro do chiqueiro dentro de uma fazenda cheia de
bichinhos.
Desconfiem sempre quando alguém pedir uma ilustração "facinha" pra você fazer.

Quinto: Parem de arregalar os olhos quando receber nossos orçamentos.
O valor que vocês recebem não é pelo desenho, já disse isso nesse
tópico. Esse valor é pela hora trabalhada e pelo direito de uso da
imagem desse desenho. Vocês não acham caro o espaço de página dupla na
Veja, não reclamam dos valores dos aluguéis das fotos de Image Bank.
Então não achem caro um trabalho que vai ajudar o cliente a vender
mais, principalmente se o desenho for o elemento principal desse
trabalho, como uma embalagem infantil.

Sexto: Ilustrador tem o direito sim de cobrar mais caro por trabalho
de final de semana e pedido de urgência. É preciso parar com essa
idéia de que ilustrador não tem vida própria e nem tem descanso.



Sétimo: Parem com essa história de cobrar buyout logo de cara. Uma
coisa é a agência pedir isso porque o cliente exige. Aí dá pra gente
entrar num acordo. Outra coisa é quando isso é política da agência.
Buyout é ilegal, nada que um bom advogado não possa argumentar baseado
na lei. E sei por experiência própria que o buyout é pedido por
preguiça e comodidade.
Oras, você não aluga uma foto da Image Bank por um tempo determinado?
Por que com o trabalho de ilustrador não deveria ser diferente?

Oitavo: Pelamordedeus, se vai cobrar BV ou outro tipo de bonificação,
fale antes de fazer o orçamento.



Nono: Evitem de ameaçar ilustradores com esse tipo de atitutde dizendo
"todo mundo faz" ou "se você não quiser tem gente que quer" porque
hoje em dia os ilustradores têm um contato mais estreito entre eles.
Isso vale também para orçamentos feitos em massa com vários
ilustradores, principalmente entre editoras. A gente fica sabendo que
isso tá rolando, é feio.

Décimo: Paguem as ilustrações para layout e concorrência. Não peçam
trabalho de risco. Ilustradores têm família, têm contas a pagar e ele
vai dar pra você o que ele tem de mais valioso de graça: talento e
tempo. Na faixa nem Miss Brasil.

Décimo-primeiro: Assinem o contrato, purr favor. Que seja o meu ou o
seu, contanto que seja correto. Se nada for assinado, os direitos
voltam depois de um tempo pro ilustrador e não vão reclamar depois.

Obviamente nem todos art buyers e direitores de arte possuem essa
postura metálica e frígida. A grande maioria ainda trabalha
corretamente, ainda bem. Mas o número de profissionais que passa para
o "lado negro" aumenta a cada dia, transformando a vida de
ilustradores num pequeno inferno.

retirado de http://blog.hiro.art.br

Saturday, January 10, 2009

Hayao Miyazaki critica Taro Aso

Hayao Miyazaki critica Taro Aso
Escrito por Fernando C. Siqueira
25-Nov-2008

Hayao MiyazakiPrimeiro ministro, fã de mangás e cosplay, é fortemente criticado pelo renomado diretor e vencedor do Oscar.

Hayao Miyazaki, mundialmente conhecido diretor, desenhista e escritor, criticou o primeiro ministro do Japão, Taro Aso, pela sua afeição por mangás e disse que crianças deveriam experimentar mais experiências com a natureza que com video-games e TV.

Taro Aso é conhecido por ser fã de mangás e incentivar a cultura pop japonesa. Em 2007, criou o Prêmio Internacional de Mangá para mangakas (escritores/desenhistas de mangás) não japoneses. Também ficou conhecido no meio otaku por apoiar e patrocinar o World Cosplay Summit (Encontro Mundial de Cosplays) na época em que era Ministro de Relações Exteriores.

Miyazaki tinha sido perguntado sobre o que achava da atitude de Aso de apoiar abertamente a leitura de mangás, o que lhe tinha trazido popularidade entre os fãs de mangá e animes. Ele descreveu como "vergonhoso". E completou: "Isso é algo que deveria ser reservado à vida privada".

O diretor de 67 anos defende um retorno às origens, limitando o uso de computadores em seus filmes e dando ênfase aos desenhos feitos a mão, como em seu filme "A Viagem de Chihiro", que lhe rendeu um Oscar em 2003.

Taro Aso"O ambiente em que estão rodeadas nossas crianças está cheio de realidades virtuais: televisão, video-games, e-mail, celulares e mangás", Miyazaki afirmou. "Eu acho que isso enfraquece nossas crianças", ele afirma, ao mesmo tempo em que confirma que seu ponto de vista pode parecer paradoxal.

O famoso diretor e desenhista também é conhecido pelos seus filmes de animação "Meu Vizinho Totoro", "O Castelo Animado" e o mangá "Nausicaä do Vale do Vento", todos lançados no Brasil.

Miyazaki também falou de seus esforços em treinar uma nova geração de jovens animadores. Ele escolheu 20 jovens com os quais vai começar a trabalhar no próximo ano, em um estúdio de treinamento, longe de Tokyo.

Mas Miyazaki tem pouco a dizer de seu próprio filho. Goro Miyazaki, que publicamente já criticou seu pai, ganhou renome e popularidade com a animação "Tales of Earthsea", em 2006.

"É um problema difícil", Miyazaki afirmou quando perguntado sobre seu filho Goro. "Eu não vou favorecê-lo só porque ele é meu filho. Eu acho que ele vai experimentar tempos difíceis no futuro. Isso é tudo."