Friday, March 12, 2010

Senhoras e senhores. Isso é um manifesto.



A intenção deste é deichar claro que possuo alguams convicções:
primeiro de tudo, acredito que a verdade é relativa, mas que em algum lugar exite uma que não é. Ao contrário de muitos alquimistas= cientistas, acredito que essa verdade não é moldada por nossa racionalidade, muito pelo contrário, ela é moldada pela nossa irracionalidade.
Acredito piamente que somos animais como qualquer um dos outros animais, e que como tal, diante da criação supremamente inexplicavel não temos direito algum sobre os outros.
Acredito que somos parte menor de uma coisa maior que é a parte menor de outra coisa maior ainda e assim sucessivamente, até o local onde possa, quem sabe, encontrar a tal verdade que não é relativa (caso, é claro ela realmente exista, o que não é fato.)
Acredito que nossa racionalização nos põe no topo da cadeia alimentar e de exploração dos recursos do sistema vivo ao qual pertencemos. Mas tb acredito que tal racionalidade nos afasta das conexões com o sistema de vida ao nosso redor (o planeta e todo o resto) e que tais conexões já existiram em algum lugar do passado primitivo de nossa espécie, em algum momento fomos animais capazes de sentir a eminencia de uma tempestade ou terremoto, assim como elefantes, cavalos e cães podem fazer ainda hoje.
Estar conectado ao todo é está conectado a si mesmo.
A medida que a racionalidade nos desconecta perdemos a capacidade de pertencer a esse planeta.
Minha tese é que a espécie está se suicidando, e esgotar os recursos do sistema em que vivemos é inviabilizar nossa própria existência.
Penso que o planeta tenta sobreviver e nos mata como pode. Somos demais. Carrapatos demais podem sugar o sangue de um cachorro até ele ficar fraco e morrer.
Nós fazemos isso.
Nós incomodamos o cão que morde e coça para alívio de suas dores.
No fim, sem conexão, sem sistema, nossa racionalidade não só não fara mais sentido como não mais existirá. A racionálidade, assim como tudo, é incapaz de escapar da morte.
Podemos exemplificar a palavra como um dos maiores trunfos e simbolos do sucesso da racionalidade. Sem conexões as palavras não se propagam e morrem, ou pior, simplesmente se perdem.
A racionalidade vai ter que sacrificar um pouco de si para preservar a essência de sua existência.
Acho que cães, gatos, patos e ornitorrincos não constroem prédios, sapatos e ferraris por quê são espécies infriores, e sim por quê eles não precisam dessas coisas.
Nõs inventamos nossas próprias necessidades, e vamos ter que destruir algumas para poder sobreviver.
Se então o fim chegar, eu, no momento da morte, esse que nos leva irremediavelmente de volta a conexão, prometo, irracionalmente me debater e chorar, com a mesma dignidade do peixe que morre na rede sem ar.

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